sexta-feira, 23 de julho de 2010

TOP25 DOS SERES FANTÁSTICOS


PRIMEIRO LUGAR: TÍFON

Tifon, deus grego da seca (filho de Tártaro e de Gaia), simbolizava o elemento Ar em sua forma mais furiosa, os furacões. Foi criado em Delfos e era inimigo hereditário dos deuses, principalmente de Zeus, a quem tinha um ódio cruel. (Há versões que contam que Hera, esposa de Zeus, foi ludibriada por Gaia, visto Gaia saber que a deusa queria destronar o marido. Hera teria recebido uma semente de Gaia e, tendo-a plantado, Tifon teria nascido da terra.) Tífon foi o último filho de Gaia, tão horrendo que foi rejeitado por todos, até seus irmãos, os Titãs.


Descrição

Tifon era maior que todas as montanhas e o corpo, cercado de plumas, era rodeado de serpentes. (Há versões que dizem que seus dedos eram cabeças de dragão com línguas pretas, que soltavam centelhas de fogo pelos olhos e gritos de animal selvagem.) Hesíodo o descreveu: braços poderosos, pés infatigáveis, cem cabeças de serpente com línguas negras e olhos que expeliam fogo, e de todas as cabeças saíam simultaneamente sons terríveis (Hesíodo, Teogonia, 823-835). Outra referência: Tifon era tão alto que sua cabeça batia nas estrelas, os braços enormes um atingia o oriente e o outro o ocidente, suas asas abertas bloqueavam os raios do sol, e carvões em brasa saíam de sua boca. Havia um dragão de cem cabeças com línguas escuras em seus ombros, e de seus olhos dardejavam labaredas. Sons estranhos provinham dessas cabeças. Algumas vezes os deuses podiam entendê-los facilmente, mas em outras pareciam berros de touros enfurecidos. Às vezes rosnavam como leões, no momento seguinte como cães.

Paternidade

Uniu-se a Equidna (única capaz de suportar sua aparencia horrenda, era quase gigantesca como ele) e foi pai de todos os monstros: do cão de três cabeças Cérbero, do lobo (ou cachorro) de duas cabeças Ortro, da esfinge, do dragão de cem cabeças Ládon, do dragão da Cólquida (que guardava o velocino de ouro), da hidra, de Ethon (a águia que comia o fígado de Prometeu) e da Quimera.

Revolta com o Olimpo

Descontente com a derrota dos gigantes, Gaia pediu a Tifon que se insurgisse contra Zeus. Outras versões contam que o próprio Tífon irou-se quando heróis gregos a serviço dos deuses começaram a matar seus filhos:

  • A Esfinge de Thebes, morta por Édipo (O mesmo relato afirma que foi Tífon quem enviou um servo humano para revelar o parentesco de Édipo, tornando-o insano)
  • O Leão de Neméia, que distraído por Zeus foi morto por Herácles. Tífon começou a preparar sua vingança neste período.
  • A hidra, morta também por Herácles. Com esta, Tífon declarou abertamente guerra contra os deuses.
  • A Quimera, sua caçula, morta por Belerofonte, montado no Pégaso.

Tífon começou a destruir cidades e arremessar montanhas em fúria; Hades, com a ajuda de Quíron e dos heróis remanescentes tentaram deter o monstro, que se aproximava do Olimpo. Cérbero recusou enfrentar seu próprio pai, até que Hades foi imobilizado pelas muitas serpentes de Tífon. Quando os deuses viram Tifon avançando em direção ao Olimpo, fugiram aterrorizados para o Egito, onde tentaram se esconder no deserto transformando-se em animais. Zeus tornou-se um carneiro, Apolo um corvo, Dionísio uma cabra, Hera se transformou em uma vaca, enquanto Afrodite tornou-se um peixe e Ares um porco. De todos os deuses, somente Atena teve coragem de permanecer com sua própria forma.

Tifon e Afrodite

Tifon, quando estava liberto, também perseguia Afrodite e Eros, filho de Ares e Afrodite e uma das forças primordiais do mundo, pois assegurava o prolongamento da espécie e a coesão interna do Cosmos. Um amor impossível unia Afrodite e Eros, mãe e filho. Um dia Tifon encontrou Eros e Afrodite em pleno amor e começou a persegui-los. Numa fuga desesperada, pediram auxílio a todos os homens e deuses, não sendo atendidos por ninguém, pois todos temiam a fúria de Tifon.

Somente a Ninfa Amaltéia, cabra que alimentou Zeus, ajudou-os indicando o caminho do mar, onde Tifon não poderia mais persegui-los. Entrando no reino de Poseídon, finalmente livraram-se de Tifon, impossibilitado de entrar no mar por ser o deus da seca. Poseidon, para garantir a fuga, enviou dois delfins (golfinhos) amarrados com um laço de ouro. Eros e Afrodite montaram nos delfins, que os levaram para as profundezas do oceano, onde viveriam seu sonho de amor eterno e nunca mais seriam perseguidos pelos deuses nem pelos homens.

Afrodite retornou para o seu lugar de origem, onde se protegia dos monstros que a perseguiam, mas teve de abandonar a terra firme e o contato com o mundo concreto e a realidade da matéria, tornando-se prisioneira do amor num mundo distante e irreal que era o fundo do mar. Afrodite, por essa razão, sempre foi a protetora dos marinheiros e das navegações.

Tífon versus Zeus

Repreendido por Atena por sua covardia, Zeus, por fim, resolveu combater o monstro. Enviando um raio contra Tifon, avançou contra a criatura horrível no Olimpo girando a foice que tinha sido utilizada por seu pai Cronos para castrar seu avô, Urano. Os dois se defrontaram. Tifon desarmou Zeus facilmente e usou sua arma para arrancar os nervos essenciais da consciência e os tendões dos pés e dos braços do deus. Então o arrastou impotente e veio trancá-lo na caverna de Corician, na Sicília, onde o Zeus imortal permaneceu incapaz de mover-se, guardado pela ira de Tifon, que envolveu os músculos de Zeus em uma pele de urso e os confiou a Delfina, um monstro com língua de serpente, algumas vezes dita ser o próprio monstro um dragão. (Há referências que dizem que Tifon perseguiu Zeus por muitos anos e, mesmo ferido por Zeus, fez o acima citado.)

Depois Hermes e Pan, para evitar o desastre, recorreram a um estratagema. Entraram secretamente na caverna onde Zeus permanecia cativo e conseguiram vencer Delfina, fazendo-a adormecer com uma flauta. (Outras versões dizem que Pan a teria assustado fazendo um barulho enorme, visto a palavra pânico derivar justamente dessa habilidade de Pan.) Hermes, o médico e deus dos ladrões, descobriu que os tendões tinham sido escondidos e os costurou nos membros de Zeus. Mas o combate continuou.

Zeus retornou imediatamente ao Olimpo. Montado numa biga puxada por cavalos alados, travou luta mais uma vez com Tifon. Este arremessou montanhas inteiras contra Zeus, mas o deus usou seus raios para fazer as montanhas voltarem contra seu arremessador. Tifon fugiu e Zeus o perseguiu.

Com ajuda de Poseidon e Hades, Zeus enfrentou Tífon com seus raios e trovões, e a luta violenta fez tremer o céu, a terra e o mar, e abalou o próprio mundo subterrâneo. Venceu-o com dificuldade e atirou-o também ao Tártaro. (Versões dizem que Zeus soterrou Tifon sob o Monte Etna, Hefesto (Vulcano) colocou-lhe sobre suas cabeças pesadas bigornas, impedindo-o de libertar-se. Esta foi a única vez que Júpiter (Zeus) chegou perto da derrota, e este seria o motivo da atividade vulcânica do local. Depois desta, Gaia finalmente sossegou...

De acordo com Hesíodo, Zeus atirou Tifon no Tártaro. Lá, diz Hesiodo, Tifon permanece tão perverso como sempre. Em Tártaro, Tifon toma a forma de ventos furiosos que fustigam as tempestades do mar, dispersando os navios, matando marinheiros, trazendo morte e destruição às terras costeiras.


SEGUNDO LUGAR: COCATRICE

A Cocatriz ou Cocatrice é um ser fantástico que, na maioria de suas descrições tem um corpo de um réptil alado com pernas e crista de galo e uma cobra na cauda.

Em umas versões, é dito que a cocatrice possui várias formas, sendo ou um réptil alado ou uma quimera completa.

Desde a Grécia Antiga, o animal entrava na categoria de seres fantásticos conhecidos como basilisco, e esse se tornou a imagem da fera, uma cobra gigante com uma coroa e uma pluma, porém, na Idade Média, o basilisco possuía duas retratações, a de serpente e a de uma criatura metade galinha, metade réptil. Daí, a segunda imagem se tornou um monstro distinto, o cocatrice.

Para a heráldica, é visto como um animal semelhante a um dragão com cabeça de galo.

Nasce de um ovo de galinha chocado por um sapo como seu parente, o basilisco. Possui a habilidade de transformar em pedra aquele que fixa seu olhar ao dele.


TERCEIRO LUGAR: MANTICORE

Manticora é uma criatura mitológica, semelhante às quimeras, com cabeça de homem - por vezes com chifres, três afiadas fileiras de dentes de ferro e com voz trovejante - e corpo de leão (geralmente, com pêlo ruivo) e cauda de escorpião ou de dragão com a qual pode disparar espinhos venenosos. Em algumas descrições, aparece com asas, variando as descrições, no que diz respeito às suas dimensões: desde o tamanho de leão até ao de cavalo.

Originária da mitologia persa, onde era apresentada como um monstro antropófago, o termo que a identifica tem também origem na língua persa: de martiya (homem) e khvar (comer). A palavra foi depois usada pelos gregos, na forma Mantikhoras, que deu origem ao latim Mantichora. A figura passou a ser referida na Europa através dos relatos de Ctésias, de Cnidos, um médico grego da corte do Rei Artaxerxes II, no século IV a.C., nas suas notas sobre a Índia ("Indika"). Esta obra, muito utilizada pelos escritores gregos de História Natural não sobreviveu até à actualidade. Plínio, o Velho incluiu-a na sua História Natural. Mais tarde, o escritor grego Flávio Filóstrato mencionou-a na sua obra Vida de Apolônio de Tiana (livro III, capitulo XLV).

Até hoje, muitas histórias de pessoas desaparecidas na Índia são ligadas as Manticoras, mas que hoje sabemos que, na verdade, os responsáveis pelos desaparecimentos eram os tigres.

QUARTO LUGAR: FENRIR

Fenris, Fenrir, ou ainda Fenrisulfr, é um lobo monstruoso da mitologia nórdica. Filho de Loki (filho de criação de Odin) com a giganta Angrboda, tem como irmãos Jormungand (a serpente de Midgard) e Hel (a Morte).

Acorrentado pelos deuses até o advento do Ragnarok (O Destino Final dos Deuses), Fenrir se solta e causa grande devastação, antes de devorar o próprio Odin (O Supremo deus Guerreiro), sendo morto, posteriormente, pelo filho do grande deus, Vidar, que enfiará uma faca em seu coração (ou rasgará seus peitos até o maxilar, de acordo com um diferente autor).

A fonte mais importante de informação sobre Fenrir aparece na seção de Gylfaginning no édico de Snorri Sturluson, embora haja outros, freqüentemente contraditórios. Por exemplo, em Lokasenna, Loki ameaça Thor com a destruição por Fenrir durante o Ragnarök, uma vez que Fenrir pode destruir Odin.

Fenrir tem dois filhos, Hati ("Odioso") e Skoll. Os dois filhos perseguem os cavalos Árvakr e Alsviðr, que conduzem a carruagem que contém o sol. Hati também persegue Mani, a lua. Deve-se notar que Skoll, em determinadas circunstâncias, é usado como um heiti (palavra que descreve uma espécie de kenning, frase poética que é utilizada substituíndo o nome usual de um personagem ou de uma coisa) referenciando, indiretamente, ao pai (Fenrir) e não ao filho (esta ambigüidade também existe no outro sentido. Por exemplo, no poema épico Vafthruthnismal, existe uma confusão na estrofe 46, onde a Fenrir é dado os atributos do perseguidor do sol, o que na verdade seria seu filho Skoll).

De acordo com Eddas, Fenrir arranca fora a mão de Týr

A partir da "A profecia dos Völva" ou "A profecia de Sybil",(Völuspá) e de sua luta com Vafthruthnir (também relatado no Vafthruthnismal ), Odin percebe que as crianças de Loki e de Angrboda trariam problemas aos deuses. Logo, o poderoso deus traz a sua presença o lobo Fenrir, junto com seu irmão Jormungand e sua irmã, Hela. Após lançar Jörmungandr nas profundezas do mar e enviar Hel para baixo, na terra dos mortos (Niflheim), Odin mandou que o lobo fosse levado pelos Æsir.

No entanto, somente o deus Týr era audaz o bastante para alimentar o monstro crescente. Os deuses temiam pela força crescente do lobo e pelas profecias de que o lobo seria sua destruição. Duas vezes, Fenrir concordou em ser acorrentado e, pelas duas vezes, ele estourou facilmente os elos que o prendiam. A primeira corrente, feita do ferro, foi chamada Loeðingr. A segunda, também de ferro, mas duas vezes mais forte, foi chamada Drómi. Finalmente, Odin pediu ajuda aos anões, e eles fizeram um grilhão chamado Gleipnir, era macio como a seda e foi feito com ingredientes muito especiais.

Os deuses então, levaram Fenris-lobo para uma ilha deserta e o desafiaram a quebrar Gleipnir. Percebendo a armadilha, o lobo concorda, mas com a condição de que um dos deuses pusesse a mão em sua boca, como sinal de "boa fé".

Assim, o bravo Tyr enfiou a mão direita entre as mandibulas do terrível monstro.

Eles amarraram o lobo com os grilhões macios, mas, dessa vez, quanto mais Fenris-lobo puxava, mais Gleipnir apertava-se em seu pescoço. Furioso, ele fechou vigorosamente suas enormes mandíbulas e decepou a mão do deus.

Tyr ainda teve a oportunidade de se vingar colocando uma espada na boca do lobo para que ele não fizesse tanto barulho.

Mesmo sabendo que chegaria um dia em que Fenrir se libertaria e traria morte e destruição a todos eles, os deuses não o mataram. "O que tem de ser, será", disseram.


Passagens

Poetic Edda

"Fenrir and Odin" (1895) por Lorenz Frølich.
Uma ilustração de Víðarr apunhalando Fenris enquanto segurava suas mandíbulas. (1908) por W. G. Collingwood, inspirado pelo Gosforth Cross.

Fenrir é mencionado em três estrofes do poema Völuspá, e em duas estrofes do poema Vafþrúðnismál. Na estrofe 40 do poema Völuspá, uma völva divulga para Odin que, no leste, uma velha mulher sentou na floresta Járnviðr, e pariu lá a ninhada de Fenris. "Virá um, em meio de todos eles, um apanhador da lua em pele de troll." Mais à frente no poema, a völva prediz que Odin seria consumido por Fenris no Ragnarok:

Então é completo
o pesar de Hlín,
quando Óðinn vai
à lutar com o lobo,
e o matador de Beli,
resplandecer contra Surtr.
Então deverá,
o amigo de Frigg cair.

Na strofe que segue, a völva descreve que "uma criança alta da Prógenie Triunfante" de Odin (o filho de Odin, Vidar) virá então para "lutar com a besta da carnificina," e que com suas mãos, ele enfincará uma espada no filho de "Hveðrungr," vingando a morte de seu pai.

Nas primeiras duas estrofes mencionando Fenrir em Vafþrúðnismál, Odin pôsa uma questão à sábia jötunn Vafþrúðnir:

"Muito eu tenho viajado, muito eu tenho tentado,
muito eu tenho testado os Poderes;
de onde um sol tem entrado no céu amaciado
quando Fenris assaltará este aqui?"

Na estrofe que se segue, Vafþrúðnir responde que Sól (aqui referido como Álfröðull, referindo-se ao Sol),carregará uma filha antes que Fenrir a ataque, e que essa filha continuará os caminhos de sua falecida mãe pelos céus.

Prose Edda

"Loki's Brood" (1905) por Emil Doepler.
"Loki's Children" (1906) por Lorenz Frølich.
"Týr and Fenrir" (1911) por John Bauer.

Na Prose Edda, Fenrir é mencionado em três livros: Gylfaginning, Skáldskaparmál and Háttatal.

Gylfaginning capítulos 13 e 25

No capítulo 13 do livro da Prose Edda, Gylfaginning, Fenrir é primeiro mencionado na estrofe indicada de Völuspá. Fenrir é primeiramente mencionado na prosa no capítulo 25, onde a figura entronada de High conta a Gangleri (descrito como o rei Gylfi disfarçado) sobre o deus Týr. High diz que um exemplo da bravura de Týr's é que quando o Æsir estrava atraindo Fenrir (referido aqui como Fenrisúlfr) para colocar os grilhões Gleipnir no lobo. Fenrir não confiou que eles iriam deixá-lo ir até que o Æsir colocasse sua mão em sua boca como garantia. Como resultado, quando o Æsir recusou em libertá-lo, ele arrancou fora a mão de Tyr num lugar agora chamado "wolf-joint" ou "Articulação do Lobo" (referindo-se ao encaixe da mordida), fazendo Týr ficar maneta, algo "não considerado como sendo um apaziguador de assuntos e coisas entre pessoas e povos."

Gylfaginning capítulo 34

No capítulo 34, High descreve Loki, e diz que o deus teve 3 filhos com uma fêmea jötunn chamada Angrboða, localizado na terra de Jötunheimr; Fenrisúlfr, a serpente Jörmungandr, e uma fêmea Hel. High continua, que assim que os deuses soubessem que essas três crianças estariam sendo trazidas para Jötunheimr, e que quando os deus "traçassem profecias que desses irmãos, grandes infortúnios e desgraças originariam-se para eles" eles esperaram grandes problemas vindo delas, parcialmente devido a natureza da mãe das crianças. Ainda pior, devido à natureza de seu pai.

High diz que Odin enviou os deuses para coletarem as crianças e trazê-las a ele. Assim que chegaram, Odin jogou Jörmungandr em "aquele mar profundo que cobre todas as terras", e então jogou Hel em Niflheim, e deu a ela a autoridade sobre os Nove Mundos. No entanto, o Æsir olhou para o lobo e pensou na profecia e ficou com medo do "lobo à sua porta", e só Týr teve coragem de se aproximar de Fenrir e dar-lhe comida. Os deuses notaram que Fenrir estava crescendo rapidamente todo dia, e desde quetodas as profecias predizeram que Fenrir estava destinado a causá-los dano, os deuses formaram um plano. Os deuses prepararam três grilhões: O primeiro, altamente forte, foi chamado de Leyding. Eles trouxeram Leyding a Fenrir e sugeriram que o lobo testasse sua força com ela. Fenrir julgou que ela não estava além de sua força, e então deixou que os deuses fizessem o que quisessem com ela. No primeiro chute de Fenris a corrente estraçalhou, e Fenrir se soltou de Leyding. Os deuses fizeram um segundo grilhão, duas vezes mais forte, e o chamaram de Dromi. Eles pediram a Fenrir que testasse o novo grilhão, e que se ele quebrasse essa nova forma de engenharia, Fenrir alcançaria grande fama pela sua força. Fenrir considerou que o grilhão era muito forte, porém que sua força também havia aumentado desde que ele quebrou Leyding, e ainda que ele haveria de tomar alguns riscos se fosse para ficar famoso. Fenrir permitiu que eles colocassem o grilhão.

Quando os Æsir se afastaram e exclamaram que eles estavam prontos, Fenrir se chacoalhou e quebrou o grilhão jogando-o no chão, se esforçando, e chutando-o com os pés – quebrando-a em pedaços que voaram a distância. High diz que, como resultado de "libertar-se de Leyding" ou "estraçalhar Dromi" vem os ditos de quando alguma façanha é adquirida devido a tamanho esforço. Os Æsir começaram a temer que eles não conseguiriam acorrentar Fenris, e então Odin enviou o mensageiro de Freyr, Skírnir à terra de Svartálfaheimr para "alguns anões" e os fizeram fazer um grilhão chamado Gleipnir. Os anões construíram Gleipnir de seis míticos ingredientes. Depois de uma troca entre Gangleri e High, High continua dizendo que o grilhão era liso e macio, como uma fita de seda, ainda assim, forte e firme. Os mensageiros então trouxeram o grilhão aos Æsir, e eles agradeceram-no cordialmente por completar a tarefa.

Os Æsir foram então para o lago Amsvartnir (Nórdico Antigo "Preto breu"), pediu a Fenrir para acompanhá-los, e continuaram para a ilha Lyngvi (Nórdico Antigo "um lugar coberto por urze"). os deuses então mostraram a Fenrir o grilhão sedoso Gleipnir, e disseram a ele para rasgá-lo, dizendo que era muito mais forte do que aparentava, passaram entre si, usaram suas mãos para puxá-lo, e mesmo assim ele não se rasgou. No entanto, eles disseram que Fenris seria capaz de despedaçá-lo, ao qual Fenrir replicou:

"The Binding of Fenrir" (1908) por George Wright.

"Aparenta para mim, que com essa faixa contudo, eu não ganharei nenhuma fama se despedaçar tão delgada atadura, mas se é feita com arte e astúcia, aí mesmo que aparente fina, essa faixa não irá em minhas pernas."

Os Æsir disseram que Fenrir iria rapidamente rasgar a fina tira de seda, notando que o grande lobo antes, teria quebrado grandes pulseiras de ferro, e adicionaram que se Fenris não fosse hábil de quebrar a fina Gleipnir então Fenrir não era nada para os deuses temerem, e como resultado disso, seria libertado. Fenrir respondeu:

"Se vocês me prenderem de forma que eu não consiga me soltar, então voês estariam em uma situação em que eu haveria de esperar um longo tempo antes de conseguir alguma ajuda de vocês. Eu estou relutante de ter essa faixa em mim. Mas antes de questionarem minha coragem, deixe alguém por sua mão em minha boca como uma forma de garantia de que isso é feito de boa fé."

Com esse atestado, todos os Æsir olharam um para o outro, vendo a si mesmos em um dilema. Todos recusaram pôr as suas mãos na boca de Fenrir, até Týr aparecer colocando sua mão direita entre as mandíbulas do lobo. Quando Fenrir puxou, Gleipnir agarrou-lhe firme, e quanto mais Fenrir se debatia, mais forte a atadura se tornava. Vendo isso, todos riram, exceto Týr, que ali perdeu sua mão direita. Quando os deuses souberam que Fenris estava completamente preso, eles pegaram uma coleira chamada Gelgja (do Nórdico Antigo "grilhão") pendendo de Gleipnir, inseriram a fina corda por entre uma grande rocha chata chamada Gjöll (Nórdico Antigo "Grito"), e os deuses asseguraram a rocha chata fundo no chão. Depois, os deuses pegaram outra grande rocha chamada Thviti (Nórdico Antigo para "batedor"), e confiaram-na ainda mais fundo no chão como uma âncora cavilhada. Fenrir reagiu violentamente; ele abriu suas mandíbulas até o máximo, e tentou mutilar os deuses com suas mandíbulas. Os deuses firmaram "uma certa espada" na boca de Fenris, a bainha da espada em suas gengivas inferiores e a ponta em suas superiores. Fenrir uivou horrivelmente" e saliva correu de sua boca, e essa saliva formou o rio Ván (Nórdico Antigo "esperança"). Ali Fenrir ficará até o Ragnarök. Gangleri comenta que Loki criou uma "família muito terrível" contudo importante, e pergunta por que os Æsir simplesmente não mataram Fenrir lá mesmo já que esperavam grande mal a si vindo dele. High replica que "tão fortemente os deuses respeitavam os seus holy places e lugares de santuário que eles não queriam definhá-los com o sangue do lobo, mesmo as profecias dizendo que ele seria a morte de Odin."

"Odin and Fenriswolf, Freyr and Surt" (1905) por Emil Doepler.

[editar] Gylfaginning capítulos 38 e 51

No capitulo 38, High diz que há Einherjar em Valhalla, e muitos mais que iriam chegar, e ainda assim, que eles "seriam muito poucos quando o lobo viesse."No capítulo 51, High prediz que como parte dos eventos do Ragnarök, depois do filho de Fenris Sköll ter engolido Sól (Sol) e seu outro filho Hati Hróðvitnisson ter engolido Mani (Lua), as estrelas desaparecerão dos céus, a terra chacoalhará violentamente, árvores serão arrancadas, montanhas desmoronarão, e todas as correntes despedaçarão – Fenrisúlfr então será liberto. Fenrisúlfr disparará àfrente com sua boca completamente aberta, sua mandíbula superior tocando os céus e sua mandíbula inferior a terra, e chamas ascenderão e queimaram de seus olhos e narinas. Depois, Fenrisúlfr chegará ao campo de batalha Vígríðr com seu irmão, a serpente de Midgard Jörmungandr. Com suas forças combinadas, uma imensa batalha tomará vez. Durante isso, Odin cavalgará para enfrentar Fenrisúlfr. Durante a batalha, Fenrisúlfr irá por fim, engolir Odin, matando-o, e seu filho Víðarr avançará e colocará um pé na mandíbula inferior do lobo. Essa pegada carregará uma marca lendária "pois o material teria sido coletado durante todos os tempos." Com uma mão, Víðarr segurará a mandíbula superior do lobo e rasgará a sua boca com a outra, matando Fenrisúlfr. High continua a descrição dessa prosa citando várias notas de Völuspá. Em adição, algumas das quais citam Fenris.

"Fenrir" (1874) por A. Fleming.

Skáldskaparmál e Háttatal

Na seção Epílogo do livro Prose Edda Skáldskaparmál, um eufêmero monólogo equipara Fenrisúlfr a Pyrrhus, numa tentativa de racionalizar "ele matou Odin, e Pyrrhus poderia-se dizer ser um lobo de acordo com a crença deles, pois ele não prestava nenhum respeito por lugares de santuário quando ele matou o rei no templo na frente do altar de Thor." No capítulo 2, "Inimigo do Lobo" é citado como uma kenning por Odin assim como é usado no século 10 pelo skald Egill Skallagrímsson. No capítulo 9, "Alimentador do Lobo" é dado como um kenning para Týr e, no capítulo 11, "Matador de Fenrisúlfr" é apresentado como um kenning para Víðarr. No capítulo 50, uma seção de Ragnarsdrápa pelo skald do século 9 Bragi Boddason, há uma citação que se refere Hel, como "A Irmã do Monstruoso Lobo." No capítulo 75, os nomes wargs e lobos são listados, incluindo ambos "Hróðvitnir" e "Fenrir." "Fenrir" aparece duas vezes em versos como um pronome comum para um "lobo" ou "warg", no capítulo 58 de Skáldskaparmál, e no capítulo 56 do livro Háttatal.Adicionalmente, o nome "Fenrir" pode ser visto entre uma lista de jötnar no capítulo 55 de Skáldskaparmál.

Heimskringla

No fim da Heimskringla saga Hákonar saga góða, o poema Hákonarmál pelo skald do século 10 Eyvindr skáldaspillir é apresentado. O poema fala sobre a queda do Rei Haakon I da Noruega; que apesar de ser cristão, é levado por duas valquírias ao Valhalla, e lá é recebido como um dos Einherjar. No fim do poema, uma estrofe relata que antes iriam as correntes de Fenrir se quebrarem do que um tão bom rei como Haakon sentar em seu trono:

Desprendido será Fenris Lobo
e destruirá o reino dos homens,
antes que venha um principe real
tão bom quanto, para ficar em seu lugar.
O rio Ván fluindo por entre as mandíbulas de Fenrir, encadernado nesta ilustração de um manuscrito islândico do século XVII.
Fenrir devorando Odin.




QUINTO LUGAR: BASILISCO

Em algumas descrições, o basilisco é uma serpente fantástica. Plínio, o Velho, o descreve como uma serpente com uma coroa dourada e, no macho, uma pluma vermelha ou negra. Durante a Idade Média era representado como tendo uma cabeça de galo ou, mais raramente, de homem. Para a heráldica, o basilisco é visto como um animal semelhante a um dragão com cabeça de galo; em outras descrições, porém, a criatura é descrita como um lagarto gigante (as vezes com muitas patas), mas a sua forma mais aceita é como uma grande cobra com uma coroa. O basilisco é capaz de matar com um simples olhar. Os únicos jeitos de matá-lo são fazendo-o ver seu próprio reflexo em um espelho, considerando-se que alguém chegue perto o bastante, ou com o canto do galo, que lhe é fatal. Dizem que ele nasce de um ovo de galinha chocado por uma .

Leonardo da Vinci escreveu que o basilisco é tão cruel que, quando não consegue matar animais com a sua visão venenosa, vira-se para as plantas e para as ervas aromáticas e, fixando o olhar nelas, seca-as. O poeta Percy Bysshe Shelley fez também a seguinte alusão ao olhar mortífero do basilisco na sua "Ôde a Nápoles": "(…)Se como o basilisco, que o inimigo mata por invisível ferimento."

O basilisco era, aliás muito frequentemente mencionado na literatura. Foi referido em obras de John Gay (The Beggar’s Opera, acto II, air XXV), na novela Clarissa de Samuel Richardson (The Novels of Samuel Richardson, vol. I, London, 1824, p 36) e nos poemas de Jonathan Swift (The Select Works of Jonathan Swift, Vol. IV, London, 1823, p. 27) e de Alexander Pope (Messiah, linhas 81-82). O português Antonio Feliciano de Castilho escreveu sobre uma moura que tinha um olhar que "só se inflama vendo passar por longe algum cristão, e nesses momentos dera ela todos os palácios de safiras, todas as musicas e aromas das sultanas de Córdova, por ter o olhar do basilisco" [1]

No capítulo XVI do Zadig de Voltaire, o basilisco é descrito como um animal muito raro que só pode ser tocado por mulheres.

Os basiliscos são inimigos mortais dos grifos. O parente mais próximo do basilisco é a cocatrice.


O Basilisco citado no livro "Devoradores de Mortos". Considerado o relato mais antigo da Cultura Viking

O Livro "Devoradores de Mortos" escrito por Michael Crichton, retrata a cultura e o cotidiano dos Vikings em 922 DC. Os relatos escritos neste livro, pertencem aos manuscritos de Ibn Fadlan, que conviveu com estes povos durante esse período. Considerado até hoje o registro mais antigo de uma testemunha ocular da vida e da sociedade Viking daquela época. Em um trecho do livro, o nome Basilisco é citado, dando a enteder que seria melhor evitar um confronto direto. Pois assim como acontece na mitologia se você estocar uma espada no basilisco, o veneno percorrerá a espada até alcançar o braço de quem o ataca, tendo que amputá-lo imediatamente para manter seu corpo vivo. A melhor opção seria se aproximar da criatura utilizando um espelho como escudo, pois o melhor meio de espanta-lo é utilizar seu próprio reflexo, caso ele se deparasse com sua imagem refletida poderia ser morto pelo seu próprio olhar. Diálogo encontrado nos manuscritos: "Conto-lhe tudo isto para que diga aos outros que tenham cuidado, pois é um assunto adequado para um basilisco."

O basilisco em Harry Potter

O segundo livro da série Harry Potter da autora J. K. Rowling possui um basilisco. Nele, o monstro teme o canto dos galos e é temido principalmente pelas aranhas. O livro da mesma autora Animais Fantásticos e Onde Habitam afirma que foi o ofidioglota Herpo, o Sujo quem primeiro descobriu que um ovo de galinha chocado por uma origina um basilisco. Diz-se que o basilisco de Herpo viveu quase novecentos anos. No ultimo livro da serie , descobre-se que o veneno de basilisco é uma das ferramentas capazes de destruir uma horcrux.

O basilisco hoje

Usam o nome basilisco para um estranho lagarto tropical, membro da família das iguanas, que pode ser encontrado nas florestas úmidas da América Central e do Sul. O que há de curioso nele é que pode correr sobre a água por curtas distâncias (razão pela qual também é conhecido com lagarto-jesus), com as pernas dianteiras erguidas e o corpo quase ereto. Alimenta-se de insetos, aranhas e outros animais pequenos e é um exímio nadador e um escalador excelente. Evidentemente não possui nenhum poder mágico, como o basilisco mitológico.


SEXTO LUGAR: CÉRBERO

Na mitologia grega, Cérbero ou Cerberus (em grego, ΚέρβεροςKerberos = "demónio do poço") era um monstruoso cão de múltiplas cabeças e cobras ao redor do pescoço que guardava a entrada do Hades, o reino subterrâneo dos mortos, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem.


Morfologia

A descrição da morfologia de Cérbero nem sempre é a mesma, havendo variações. Mas uma coisa que em todas as fontes está presente é que Cérbero era um cão que guardava as portas do Tártaro, não impedindo a entrada e sim a saída. Quando alguém chegava, Cérbero fazia festa, era uma criatura adorável. Mas quando a pessoa queria ir embora, ele a impedia; tornando-se um cão feroz e temido por todos. Os únicos que conseguiram passar por Cérbero saindo vivos do submundo foram Héracles, Orfeu, Enéias e Psiquê. Cérbero era um cão com várias cabeças, não se têm um número certo, mas na maioria das vezes é descrito como tricéfalo (três cabeças). Sua cauda também não é sempre descrita da mesma forma, às vezes como de dragão, como de cobra ou mesmo de cão. Às vezes, junto com sua cabeça são encontradas serpentes cuspidoras de fogo saindo de seu pescoço, e até mesmo de seu tronco.

O monstro tricéfalo Cérbero presidindo sobre o terceiro ciclo infernal, aquele dos glutãos e dos epicúrios; uma aquarela do londrino William Blake (1757-1827); National Gallery of Victoria, Austrália.

Quanto à vida depois da morte, os gregos acreditavam que a morada dos mortos era o Hades, que levava o nome do deus que o regia, ao lado de Perséfone. Hades era irmão de Zeus. Localizava-se nos subterrâneos, rodeado de rios, que só poderiam ser atravessados pelos mortos. Os mortos conservavam a forma humana, mas não tinham corpo, não se podia tocá-los. Os mortos vagavam pelo Hades, mas também apareciam no local do sepultamento. Havia rituais cuidadosos nos enterros, e os mortos eram cultuados, principalmente pelas famílias em suas casas. Quando os homens morriam eram transportados, na barca de Caronte para a outra margem do rio Aqueronte, onde se situava a entrada do reino de Hades. O acesso se dava por uma porta de diamantes junto a qual Cérbero montava guarda.

Para acalmar a fúria de Cérbero, os mortos que residiam no submundo jogavam-lhe um bolo de farinha e mel que os seus entes queridos haviam deixado no túmulo.

Seu nome, Cérbero, vem da palavra Kroboros, que significa comedor de carne. Cérbero comia as pessoas. Um exemplo disso na mitologia é Pirítoo, que por tentar seduzir Perséfone, a esposa de Hades e filha de Deméter, deusa da fertilidade da terra, foi entregue ao cão. Como castigo Cérbero comia o corpo dos condenados.

Cérbero era filho de Tífon (ou Tifão) e Equídina. Cérbero era irmão de Ortros e da Hidra de Lerna. Da sua união com Quimera, nasceram o Leão de Neméia e a Esfinge.

Aparições

Divina Comédia

Cérbero aparece no Inferno dos Gulosos, onde estes ficam solitários na lama. Sem poder comer e beber livremente. E ficavam sob uma chuva gelada e a presença de Cérbero que os come eternamente com seu apetite insaciável. Cérbero é a imagem do apetite descontrolado.

Os 12 Trabalhos de Hércules

Euristeu, sabendo que Héracles só ficaria mais um ano sob suas ordens, estava desesperado de medo e, para seu décimo segundo trabalho, ordenou-lhe que descesse ao reino de Hades e trouxesse de volta o cão tricéfalo, Cérbero, que guardava as portas do inferno. Isto, tinha certeza, estava acima de suas forças; e o próprio Héracles duvidava que jamais conseguisse realizar essa temerária e perigosa façanha. Ofertou grandes sacrifícios aos deuses, pedindo sua proteção; suas preces foram ouvidas. A deusa Atena, e Hermes, mensageiro dos deuses, apresentaram-se a ele, acompanhando-o até à sombria caverna, pelo túnel longo e escuro que levava às portas do Mundo Subterrâneo. Ao percebê-los, as três cabeças de Cérbero puseram-se a uivar de maneira horrível, o que chamou a atenção de Hades; mas ao ver um deus e uma deusa em companhia de Héracles, perguntou-lhes o que procuravam.


- Meu senhor Euristeu ordenou-me de levar à terra o cão tricéfalo Cérbero que guarda esta porta, disse Héracles, e é pela vontade de Zeus, senhor da terra e do céu, que eu lhe obedeço. Deixe-me levar seu cão de guarda para poder cumprir as ordens recebidas. Prometo-lhe que Cérbero nada sofrerá e lhe será restituído, são e salvo.

Hades fechou a carranca e respondeu:

- Se você for capaz de carregar Cérbero nos ombros, sem feri-lo, então poderá levá-lo ao seu senhor Euristeu; mas, prometa trazê-lo de volta, ileso.

Então Héracles aproximou-se de Cérbero e, apesar de suas três enormes bocarras guarnecidas de dentes afiados e cruéis, ergueu o animal aos ombros e subiu pelo caminho que levava da caverna tenebrosa à luz do dia. O caminho era longo, áspero e íngreme, e pesada a sua carga; as três cabeças rosnavam e mordiam, durante todo o trajeto, porém Héracles, concentrando-se no pensamento de próxima libertação, não lhes dava atenção. Afinal chegou a Micenas. Euristeu ficou tão apavorado quando soube que Héracles trazia nos ombros o terrível cão tricéfalo, que se escondeu debaixo da cuba de bronze, mandando-lhe uma mensagem na qual lhe ordenava que se afastasse de Micenas para todo o sempre. Então, de coração leve, dirigiu-se Héracles para a caverna. Desceu pelo longo túnel e depositou Cérbero às portas do Inferno.

Cultura popular

Pode-se encontrar personagens inspirados em Cérbero em muitas obras atuais, por exemplo no famoso livro Harry Potter e a Pedra Filosofal, como o "meigo" Fofo, ou na Saga de Hades da série Cavaleiros do Zodíaco.

O primeiro videogame a incorporar Cerbéro foi Altered Beast. No jogo, por matar Cerbéros azuis, o herói ganhava power-ups para transformar-se em criaturas poderosas.

Nos brasões das unidades da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, empregados sempre de muita simbologia, Cérbero aparece como a figura central no Escudo do 4º Batalhão, localizado no bairro de São Cristovão, numa alusão ao fato daquela unidade ter sido criada como "Batalhão de Guarda" de unidades prisionais e prédios públicos.

Também no terceiro jogo da série "Devil May Cry" como o chefe da 3ª fase.

Cerberus também já é um inimigo tradicional da franquia de jogos "Castlevania".

Além disso é também referido nos jogos para Playstation "Final Fantasy VII - Dirge of Cerberus" (Cerberus é o nome dado à arma de cano tríplice de Vincent Valentine, protagonista do citado jogo) e 'Final Fantasy VIII' onde é uma Guardian Force que fornece ao jogador as magias 'Double' e 'Triple'. Cérbero também aparece no jogo Age of Mythology: The Titans, como o titã da civilização grega. E também no jogo "God of War II".

No jogo Resident Evil 1, Uma das criaturas desenvolvidas pela equipe de geneticistas de Albert Wesker, foi nomenclaturada como Cerberus. Apesar de não ter mais de uma cabeça, era um cão deformado, forte e ágil.

No jogo Kingdom Hearts II,Cerberus aparece como um chefe também. Cerberus é invocado pelo próprio Hades. Nesse jogo é interessante olhar que Cerberus é totalmente negro e tem um rabo de cachorro.

No filme Fúria de Titãs, depois que Perseu, paga a travessia de barco até Hades, pelo Rio Aqueronte, ao Barqueiro Caronte. Após sua chegada na ilha onde se escondia a Medusa, este ao lado de seus três soldados foram surpreendidos pelo cão de duas cabeças que guardava o templo de Medusa, e que matou um dos três que estava escoltando Perseu.

Em "Final Fantasy VII - Dirge of Cerberus" a teoria corrente seria que cada cano da arma (Cerberus) de Vincent Valentine representaria uma das cabeças do cão mitológico e que cada cabeça representaria ainda, um dos três limites de Vincent (Galian Beast, Death Gigas e Hell Masker), guardiões do último limite (Chaos) que representaria o inferno.

Cérbero aparece também no jogo Blood como um dos quatro chefões finais, mais precisamente no fim do terceiro capítulo "Farewell to Arms"

Em Naruto, Pein Círculo das bestas sabe invocar um Cerberus que quando atacado se auto-divide.

Também no anime/mangá One Piece os personagens Nami, Usopp e Chopper são perseguidos por um Cérbero.

No jogo Silkroad Online Cérbero ou Cerberus aparece como um monstro único.

No jogo Tibia o monstro Hellhound é uma conexão direta com o Cerberus.

No jogo God of war Cerberus é um dos monstros que o herói Kratos enfrenta em sua jornada; possui 3 cabeças e ocorre em duas cores diferentes, o verde e o laranja. O de cor verde tem uma habilidade especial que é vomitar cachorrinhos aparentemente bonitinhos, mas que podem se transformar em cerberus muito fortes.

SÉTIMO LUGAR: LEVIATÃ

O Leviatã é uma criatura imaginária, geralmente de grandes proporções, bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna. Há referências, contudo, ao longo de toda a história, sendo um caso recente o do Monstro de Lago Ness.

No Antigo Testamento, a imagem do 'Leviatã é retratada pela primeira vez no Livro de Jó, capítulo 41. Sua descrição na referida passagem é breve. Uma nota explicativa revela uma primeira definição: "monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia" (Velho Testamento, 1957: 614). Não se deve perder de vista que nas diversas descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que funde-se com outros animais.

Perante a igreja

O Livro de Jó, capítulos 40 e 41, aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos. No diálogo entre Deus e Jó, o primeiro procede a uma série de indagações que revelam as características do monstro, tais como "ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? ....Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror?...... Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre" (Bíblia Sagrada, 1957: 656). Ao lado do Leviatã, no capítulo 40 do livro de Jó, aparece o Behemoth[9], vigoroso e musculoso animal terrestre, "sua força reside nos rins e seu vigor no músculo do ventre. Levanta sua cauda como (um ramo) de cedro, os nervos de suas coxas são entrelaçados; seus ossos são tubos de bronze, sua estrutura é feita de barras de ferro" (Bíblia Sagrada, 1957: 654).


A origem histórico-mitológica de tais animais descritos na Bíblia é uma questão um tanto obscura. Ambos animais têm sido associados a algumas sagas, o leviatã talvez esteja associado ao "Tiamat", uma divindade da saga da Babilônia. O que interessa, no entanto, é não se ater às diferentes opiniões a respeito desses animais que aparecem na Bíblia Hebréia, uma vez que os historiadores e teólogos da Bíblia não os relacionam ao mito político ao qual Hobbes se refere (Schmitt, 1938: 6).

Não obstante diferentes interpretações, o Leviatã aparece na Bíblia sob a forma do maior dos animais aquáticos, como um crocodilo ou então na forma de um enorme peixe, uma baleia. O behemoth, como animal terrestre representado sob a forma de um hipopótamo.

Na União do céu e do inferno, William Blake escreveu:

"Debaixo de nós nada mais se via senão uma tempestade negra, até que, olhando para oriente, entre as nuvens e as vagas, divisamos uma cascata de sangue misturado com fogo, e próximo de nós emergiu e afundou-se de novo o vulto escamoso de uma serpente volumosa. Por fim, a três graus de distância, na direcção do oriente, apareceu sobre as ondas uma crista incendiada: lentamente elevou-se como um recife de ouro, até avistarmos dois globos de fogo carmesim, dos quais o mar se escapa em nuvens de fumo. Vimos então que se tratava da cabeça do Leviatã a sua fronte, tal como a do tigre, era sulcada por listras de verde e púrpura. Em breve vimos a boca e as guelras pendendo sobre a espuma enfurecida, tingindo o negro abismo com raios de sangue, avançando para nós com toda a fúria de uma existência espiritual."

    Jó 41:18-21

18 Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pálpebras da alva. 19 Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela. 20 Das suas narinas procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira. 21 O seu hálito faz incender os carvões; e da sua boca sai chama.

OITAVO LUGAR: KRAKEN

O Kraken era uma espécie de lula ou polvo gigante que ameaçava os navios no folclore nórdico. Este cefalópode tinha o tamanho de uma ilha e cem braços, acreditava-se que habitava as águas profundas do Mar da Noruega, que separa a Islândia das terras Escandinavas, mas poderia migrar por todo o Atlântico Norte. O Kraken tinha fama de destruir navios, mas só destruía aqueles que poluíam o mar e navios de piratas.

O Kraken também é confundido por ser visto na mitologia grega como uma sépia gigante que controlava as tempestades e as profundezas oceânicas e que habitava uma caverna submersa. No entanto, não há registro do Kraken na mitologia grega.

As histórias de Krakens tinham fundamento, tal como muitas outras histórias de seres fantásticos, numa má observação da fauna, no caso dos Kraken provavelmente em ataques de lulas gigantes ou lulas colossais. Um bom exemplo dessa teoria são as sereias, cujos responsáveis são os registos visuais de dugongos e focas de longe, em nevoeiros.

O Kraken era uma criatura tão temida pelos marinheiros quanto as ferozes Serpentes Marinhas.

Referências na cultura popular


No filme Piratas do Caribe: O Baú da Morte, o Kraken é um hediondo ser marinho, o monstro do pirata Davy Jones, que pode arrancar seu rosto e arrastá-lo para as profundezas abissais do mar com sua boca com um terrível hálito de 1000 corpos apodrecidos. Ele é invocado quando a tripulação de seu navio, o Holandês Voador, roda um volante com manípulos, que quando chega ao topo bate no casco, vibrando o mar e despertando o Kraken.

Há uma referência clara ao Kraken em Fúria de Titãs, filme de 1981 que tinha efeitos especiais convincentes na época. E é daí que vem o erro de se considerar que o Kraken fazia parte da mitologia grega, quando efetivamente é a Atlas que é mostrada a cabeça da Medusa.

O ser mitológico também aparece num episódio do desenho animado Padrinhos Mágicos, no qual Cosmo (uma das fadas e personagens principais do programa) é julgado por ter afundado Atlântida (9 vezes). E Ben 10 um monstro que queria proteger os ovos de Jonah Melvile também em Cavaleiros do Zodíaco o general marina do Oceano Ártico, Isaac, é representado por Kraken. Júlio Verne também refere Kraken, por várias vezes, na sua obra Vinte Mil Léguas Submarinas. E em God of War 2 Kratos (o protagonista do jogo) enfrenta Kraken.

O Kraken foi um monstro marinho muito usado na cultura popular, inclusive muitas informações falsas são apegas a ele como a de que seria relatado na mitologia grega, principalmente vindo de filmes, e séries que o usam misturando com outras lendas, como o filme Fúria de Titãs. Ele também aparece no jogo Age of Mythology como uma unidade mítica marinha nórdica e com o nome científico Psychroteuthis Pelagii.